A vida tem pessoas dentro, a minha tem muitas.
Vou guardar para não esquecer.
Pego no presente e começo de novo usando tudo para trás como informação minha noutra vida, em que era o mesmo… mas não tão perfeito.
Pego no presente e percebo que é o momento.
Pego no presente e sei de cor interiormente, sem cábulas, tudo o que me aconteceu porque tudo o que me aconteceu fez sentido, e o sentido foi o que me trouxe até aqui, e o aqui é perfeito para dar início a mais um momento áureo.
Pego no presente até ao infinito e perpetuo o instante como o especial.
Pego no presente e torno-o tão único como a água, faço dele a pujança inequívoca de estar tão vivo como tudo o que é impressionante.
Pego no presente e faço tudo de novo como se respirasse a coragem.
Pego no presente e acendo-o como a luz faz ao escuro.
Pego no presente e faço dele o que virá. E do que foi soube ver tudo, gostei de ver tudo, precisei de ver tudo.
Pego no presente e sei que o que se passou foi para me fazer e o que há-de vir há-de ser sempre já.
Vou guardar para não esquecer.
J. Negreiros
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Este projecto retrata a vida de gentes da nossa terra, oriundas de outros países.
As raízes, a partida, a saudade… a memória e não memória, a razão das escolhas, a nossa cidade para um recomeço.
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Paula Magalhães. Nasceu em Viseu, em 1976. Mestranda em Fotografia no Instituto Politécnico de Tomar, pós-graduada em Multimédia para Educação pela Universidade de Aveiro, e licenciada em Educação Visual e Tecnológica pela ESEV, Instituto Superior Politécnico de Viseu. Desenvolve trabalho artístico na área da imagem, vídeo, fotografia, gravura, impressão de múltiplos e, mais recentemente, na investigação de processos alternativos.