Com base no paradoxo do Pinóquio — seria impossível o personagem dizer «O meu nariz vai crescer agora»—, vamos criar cartazes em Tipografia Tradicional. Pretende-se dar a conhecer a técnica, passando pelas várias fases: projecto, composição, imposição, impressão e distribuição, manuseando ferramentas e material associado, como por exemplo componedores, galés, quadrilongos e tipómetros. Utilização de tipos móveis, letras e outros elementos tipográficos em madeira ou em chumbo. Com o auxílio de um rolo, transporta-se a tinta para a superfície dos caracteres e imprime-se manualmente num prelo de provas ou numa prensa, tornando visível a composição tipográfica.
A composição manual com caracteres móveis é necessariamente lenta. Faz-nos olhar para os tipos um a um. A fisicalidade da linguagem e o peso das letras confere uma importância extra ao que se «diz»e como se «diz», que vai para além do significado.
Nesta oficina, que tem por base o paradoxo do Pinóquio, está ainda subentendida uma reflexão sobre o paradoxo em forma de mensagem escrita/impressa, que questiona a dualidade verdade/mentira nos meios de comunicação associados a publicidade e campanhas políticas.
*Possibilidade dos pais se juntarem aos filhos.
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Clube dos Tipos
Um clube de tipografia em Coimbra. Foca o seu trabalho em projectos comerciais e de iniciativa própria. São organizadas oficinas e eventos. As oficinas de tipografia tradicional estão no centro da actividade. As restrições associadas a esta técnica não são uma limitação, mas um ponto de partida. A experimentação e o uso de novas tecnologias, aliados ao uso de tipos antigos de metal
e madeira, são encorajados. O objectivo é chegar a resultados menos convencionais.
Joana Monteiro
A Joana é designer gráfica e faz direcção de arte. No seu trabalho reconhece-se uma paixão pela tipografia. Para construção de imagens gráficas, usa e mistura várias técnicas. Licenciou-se em Pintura e Design de Comunicação (ARCA, Coimbra). Fez o mestrado em Design Gráfico (University of the Arts London). Estudou na Royal College of Art (Londres), onde experimentou vídeo e tipografia tradicional. Colaborou com o atelier FBA, em Coimbra, durante 5 anos. É freelancer desde 2007 e tem trabalhado sobretudo com clientes da área da cultura. É co-fundadora do Clube dos Tipos.