A geografia da percepção considera o mundo vivido, percebido e imaginado pelos indivíduos. A objectividade e subjectividade tocam-se na percepção e representação do espaço. O que atribui significado aos lugares é justamente a soma de vários estímulos internos e externos – sensoriais, culturais, emocionais. Deste modo, poderemos afirmar que cada indivíduo constrói uma imagem do espaço envolvente totalmente pessoal? Os lugares e a sua construção são parte integrante da nossa memória? Eu sou o espaço que ocupo?
O que distingue recordação e memória? Enquanto a neurociência se aproxima cada vez mais da compreensão dos mecanismos da memória, no domínio das recordações/lembranças, abrimos caminho para um lugar de infinitas possibilidades, do aprofundamento do eu, da “idealidade”, como referiu Kierkegaard.
Os participantes são convidados a realizar um acto performativo no qual desenvolvem relações entre o espaço e as suas recordações pessoais a partir de uma pintura – com base na representação cartográfica. O produto final é a construção de uma imagem capaz de traduzir as conexões entre o espaço, o tempo, as emoções e recordações individuais.
Um exercício que promove a empatia e o respeito pela singularidade de cada um.
Os participantes deverão, de preferência, trazer roupas e calçado confortáveis.
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Margareth C. Lacerda
Curso de Artes Visuais na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis. Licenciada Artes Plásticas – Pintura pela FBAUP. Desde 1993, professora de Artes Visuais. A partir de 1983 tem produzido e participado em oficinas, performances, instalações, exposições e conferências em colaboração com diversas entidades culturais sem fins lucrativos.