Ainda na casa dos 20, Loke Rahbek é já uma das principais caras da música electrónica escandinava. Está envolvido numa enormidade de projectos que se estendem da música industrial (Body Sculptures) ao minimal synth (Lust For Youth), passando pelo noise (Caucasian Colony, Limepit), ambient (Hvide Sejl), rock experimental (Contour, com Elias Rønnenfelt dos Iceage), ou até black metal (Garrotte, Sexdrome).
Apesar deste impressionante currículo, não será com nenhum destes nomes que Rahbek se apresentará em Viseu: o músico dinamarquês marcará presença na edição de 2017 do Jardins Efémeros sob o seu alter ego Croatian Amor, onde interpretará um Love Means Taking Action ainda bem fresco na memória. Este último registo do artista foi lançado na rentrée de 2016 pela Posh Isolation, label fundada por Rahbek em 2009, que tem já perto de 200 títulos editados.
Quem conhecer o currículo ecléctico de Rahbek não estranhará a miscelânea de influências com que Croatian Amor nos brindou nos cinco discos e outros tantos EP lançados até ao momento.
Croatian Amor assume-se como um dos projectos mais minimalistas do catálogo do artista dinamarquês, baseando-se num som guiado por um sintetizador etéreo em constantes loops e drones que compõem um cenário naturalista, mas também fantasmagórico. A inclusão de parcelas de voz nalgumas composições faz lembrar nomes como Pharmakon ou Holly Herndon (já presente no Jardins Efémeros, em 2015), mas é a capacidade de Rahbek transformar uma dissonância caótica numa harmonia perfeita que tornam a música de Croatian Amor uma experiência a não perder.
Em 2016, já Puce Mary tinha representado a respeitada Posh Isolation num concerto da Venha a nós a Boa Morte, em Viseu, pelo que a presença de Croatian Amor e de Vanessa Amara no cartaz de 2017 fazem crescer para três o número de artistas da editora de Copenhaga presentes na cidade.
Love Means Taking Action (2016)
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