A instalação Sondando Conflito criada por Pedro Rebelo com Matilde Meireles, é focada numa performance filmada de 30 minutos, dirigida por Patrick J O’Reilly com os performers Joe Loane e Keith Singleton. A peça tem como objectivo agregar vários elementos colectados durante um trabalho de campo no Médio Oriente, Irlanda do Norte e Brasil.
A instalação projecta duas personagens insistindo de uma forma cíclica em gestos e acções que sugerem estados de destruição, reconstrução de uma casa, muro ou cidade. O filme questiona o que um muro faz a uma comunidade. É protecção ou fronteira?
Quem constrói o muro para quem? Enquadrado nos conceitos de resistência, resiliência e reconciliação, o filme é uma investigação performativa sobre relações de poder, políticas de espaço e identidade.
Performances | Domingo 10 de Julho às 12h00 e às 17h00 | Sábado 16 de Julho às 16h00
Performers | Gustavo Ivan Romero e Patrick Figueiredo
Pedro Rebelo (Viseu 1972) é compositor, performer e artista sonoro, activo na área da música de câmara, instalação e improvisação. Doutorou-se pela Universidade de Edimburgo (2002), onde investigou relações entre a música e a arquitectura. Pedro tem iniciado projextos participativos com comunidades em Belfast, na favela da Maré, Rio de Janeiro e com comunidades ciganas em Portugal. Este trabalho tem resultado em exposições de arte sonora em espaços como o Metropolitan Arts Centre Belfast; Espaço Ecco, em Brasília; Parque Lage, Museu da Maré, no Rio de Janeiro; MAC Nitéroi, Golden Thread Gallery Belfast; Whitworth Gallery, Manchester; Centro Cultural Português, em Maputo; Museu Nacional de Grão Vasco e Jardins Efémeros, Viseu; Convento de São Francisco, Coimbra, de entre outros. Pedro Rebelo tem música editada na MisoMusic, Creative Source Recordings, Crónica Electrónica e colaborou com músicos como Chris Brown, Mark Applebaum, Carlos Zingaro, Evan Parker e Pauline Oliveros e artistas como a Suzanne Lacy. As suas publicações académicas reflectem a sua atitude perante o design e a composição, articulando a prática criativa com um entendimento da cultura contemporânea e tecnologias emergentes. Pedro foi professor convidado na Stanford University (2007), professor visitante sénior na UFRJ, Brasil (2014) e investigador colaborador do INET-md, Universidade Nova, Lisboa. Teve posições de music chair de conferências internacionais tal como a ICMC 2008, SMC 2009 e ISMIR 2012 e foi keynote na ANPPOM 2017, ISEA 2017, CCMMR 2016 e EMS 2013. Na Queen’s University Belfast, onde é professor catedrático em artes sonoras desde 2012, foi director de educação, director de investigação e chefe de departamento e é atualmente director do Sonic Arts Research Centre. Em 2012 foi-lhe atribuído o prémio Building Tomorrow’s Belfast, do Northern Bank. Foram-lhe recentemente atribuídas duas bolsas de investigação para projectos interdisciplinares incluindo «Sounding Conflict», financiado pelo Research Council UK, para investigar a relação entre som, música e situações de conflito. Áreas de investigação recentes incluem som imersivo e experiências de escuta aumentadas.
Matilde Meireles é uma artista sonora e pesquisadora que faz uso de gravações de campo para compor projectos relacionados com lugares específicos. O seu trabalho tem uma abordagem ao lugar crítica e multissensorial, onde Matilde investiga o potencial da escuta como forma de encontrar e articular uma experiência plural do mundo. Matilde é doutorada pelo Sonic Arts Research Centre na Queen’s University Belfast e o seu trabalho é apresentado regularmente na forma de concertos, instalações, apresentações comunitárias e publicações.
Tinderbox Theatre Company é uma organização artística líder, especializada na prática de teatro contemporâneo em Belfast, Irlanda do Norte. Desde 1988, o Tinderbox alimenta e defende a nova escrita, produzindo performances de escritores e criadores de teatro da Irlanda do Norte, com aclamação internacional. Desde 2016, sob nova direcção artística de Patrick J O’Reilly, o Tinderbox introduziu uma nova visão de prática artística e engajamento para passar a focar-se num processo criativo que libera a imaginação de artistas e participantes, desafia as barreiras sociais de acesso e engajamento e — o mais importante —, defende a autenticidade para indivíduos e comunidades. Inspirados pela inovação criativa, experimentação e teatro contemporâneo. Em 2021, com a nova nomeação de Meg Magill como produtora, o Tinderbox desenvolveu um programa estratégico de três anos chamado Playground, que celebra o artista, os espaços locais e o meio ambiente no esforço de criar uma prática sustentável de ecoteatro por meio da iniciativa Off The Grid.