Escolha
Luís Neves Chaves
A oficina tem como ponto de partida a identidade da casa. Os exercícios propostos estabelecem diálogos com a circunstância e a ocupação. Cada momento é irrepetível, mas mantêm-se as estratégias que os exercícios sugerem, mais ou menos presentes, tanto quanto os intérpretes das mesmas pretendam. Trata-se do escritório da casa, onde se pode parar para tomar notas, (des)arrumar ideias.
Nas incursões ao escritório, grupos ou participantes individuais poderão escolher os exercícios a realizar, sem prejuízo de, quem quiser, poder seguir um programa, ao longo dos dias. Estará disponível uma lista de propostas para facilitar a escolha, havendo, porém, surpresas insondáveis.
Há uma história contínua e serviços de redacção de anúncios de imprensa (a casa pretende publicitar o seu core business, a «imaginação»), em modo de producção colectiva.
Um boletim de ocorrências, onde se juntam as mais significativas, será disponibilizado nos últimos dias dos Jardins Efémeros 2022.
A História Contínua
Texto redigido por todos os que frequentem a oficina até ao dia 14 (inclusive), e se predisponham a participar na história. Serão feitas uma planificação e a edição dos respectivos contributos.
Colagem de palavras para a construcção de frases e recortes para composição visual. Procuram-se frases diferentes do habitual, em livre associação de ideias, através de recortes de vários tipos de publicações. Os participantes mais novos, que ainda não saibam escrever, são convidados a fazer colagens de fragmentos para a concretização de uma composição visual.
Poemário/frascos de palavras soltas prescritas para a imaginação
Os participantes são convidados a tirar à sorte palavras contidas em frascos. É-lhes pedido que, a partir do acaso da escolha, seja produzido um texto em que as palavras retiradas estejam presentes. A redacção quer aproveitar o acaso das palavras e as potencialidades do Cadavre Exquis.
Metamorfoses
Partindo das características da Casa da Imaginação, mergulhar em metamorfose no espaço e relatar uma ocorrência/história ali vivida, encetar diálogos imaginados. Adoptar outro modo de ver, tendo presente a coerência própria do novo olhar. Estará disponível um baú com objectos diversificados, para que, se assim o desejarem, os participantes o integrem na narrativa.
Cut-ups
Os conteúdos da casa, textos que ali gravitam, frases que se desprendem e ficam no ouvido, matéria das exposições/intervenções, tudo poderá ser convocado. Repérage recomendada. Outros materiais: fragmentos dos textos produzidos nas edições anteriores e na presente dos Jardins Efémeros. Recortar, alinhar, escrever, editar.
Histórias colaborativas
Narrativas participadas por vários intervenientes. A proposta contempla a possibilidade do exercício ser feito por pais e filhos, mesmo que os mais novos ainda não saibam escrever, podendo ditar aos pais o seu contributo para o desenvolvimento da história. Planeamento de texto. Tema livre ou proposto.
Anúncios sobre imaginação e incerteza
Partindo do formato habitual dos anúncios de imprensa (procuro, vendo, troco, alugo, trespasso, etc.), é proposta a redacção de anúncios. A casa, além do core business, aproveitará naturalmente a presente circunstância para promover «a incerteza».
Fotolegendas
Fotografias captadas na 10.ª edição dos JE. O ponto de partida é o formato jornalístico, mas poderão ser adicionados os mais variados ingredientes.
Sempre que for possível, quer pela compatibilidade dos horários, quer pela vontade dos participantes em ir mais além, serão estabelecidas pontes com as oficinas «Caixa das Histórias», para a redacção de memórias descritivas, e «Reivindicação dos Sonhos», para preparação de frases.
BIO | Luís Neves Chaves (Tondela, 1971). Licenciado em Ciências da Comunicação – Jornalismo e pós-graduado em Estudos Curatoriais pela Universidade de Lisboa, é formador certificado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho. Ex-jornalista, profissão que exerceu durante mais de duas décadas, colabora com publicações de literatura, artistas visuais e performativos, bem como na redacção de conteúdos para várias plataformas.
Em 2009, orientou a primeira oficina de Escrita Criativa, no Instituto Politécnico de Viseu. Desde então, tem vindo a realizar oficinas em diversos contextos e locais, sobretudo em agrupamentos escolares e bibliotecas municipais, como as de Tondela e da Guarda. Este ano, tem estado a trabalhar com Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Mangualde e Mortágua.
