Prazeres ocultos, prazeres públicos, prazeres entre paredes, prazeres fora de paredes, prazeres carnais, prazeres texturais, prazeres brutos, prazeres cândidos, prazeres secretos, prazeres fugazes, prazeres longos, prazeres porcos, prazeres imaculados, prazeres divinos, prazeres gastronómicos, prazeres homoeróticos, prazeres bi-curiosos, prazeres aventureiros, prazeres dolorosos, prazeres cegos, prazeres moribundos, prazeres sombrios.
Luísa Tudela Como aspirante a artista, o que posso eu dizer sobre mim e o meu trabalho? Comecei a colocar-me estas questões há pouco tempo e a pensar sobre as minhas tendências quando estou a iniciar um projecto. Interesso-me pelas artes performativas e plásticas que despertaram a minha curiosidade e amor pela importância do conceito e a linha de pensamento que existe por trás dele até ao resultado final, a obra de arte. Procuro criar diálogos performativos entre o objecto artístico ou a pintura. Já utilizei a fotografia e o vídeo nesse diálogo. É-me difícil escolher uma forma única de fazer as coisas, certamente tenho as minhas tendências, bem visíveis no meu trabalho, mas não tenciono assentar numa só forma de criar. Grande parte do meu trabalho é autobiográfico, tendo como maiores referências o trabalho de Louise Bourgeois, Sophie Calle ou Cindy Sherman, todas elas trabalharam o eu, os medos, as inseguranças, as dores. Procuro sempre dar uma folga cómica à forma como abordo esse tema tão íntimo e como me exponho e exponho as minhas emoções. Se tenho alguma intenção com o trabalho que produzo é a de que o observador se consiga colocar no meu lugar e se relacione com as minhas emoções. Sou jovem, emocional, sensível, preguiçosa, sonhadora, com sentido de humor e, acima de tudo, quero ser honesta comigo e com o meu trabalho, procurando sempre respeitar nos meus projectos os valores em que acredito.
Luísa Tudela,2018