Créditos da Foto _ Filipa Ávila
Com um vasto passado no rock e no jazz, Marco Franco é um nome familiar no imaginário pop português, que de forma alguma poderia estar preparado para se descobrir sentado ao piano. Mas é à flor da pele que a composição de Franco, autodidata nas teclas, se sente, existindo numa tensão minimalista com um universo colorido de notas e de progressões maiores, alegres e cheias de um amor universalizado.
Mudra, o primeiro álbum a solo no piano, é uma guinada de um passado profundamente enraizado no indie e no jazz, com passagens em projetos como Mikado Lab, Peste e Sida e colaborações com Dead Combo, Carlos Bica e Memória de Peixe, para um futuro sedimentado num contexto mais erudito, mas que não se dilui em comunicação.
Por entre cadências melódicas de uma alegria sem igual e progressões melancólicas, Marco Franco cria uma tensão que resulta em arrepios e com uma sensibilidade dinâmica simplesmente invejável, canalizando o melhor que se pode ouvir de compositores como Satie e Bartok numa Mudra que só a ele pertence. O que descreve entre teclas pretas e brancas é, contudo, algo que todos nós partilhamos e que é tão evidentemente encontrado em Mudra.
Marco Franco faz música para quem ouve com o coração.
Projeto dos Jardins Efémeros, em parceria com o Teatro Viriato.
BIO |
Marco Franco (1972, Lisboa) é músico compositor e artista visual autodidata. Iniciou o percurso musical no ano 1986, colaborou em inúmeros projetos desde o rock ao improviso. Fundou o grupo Mikado Lab, em 2017 edita Mudra para solo piano. Integra o grupo Montanhas Azuis juntamente com Norberto Lobo e Bruno Pernadas. Faz a sua primeira exposição individual, Parágrafo, na Galeria ZDB com curadoria de Natxo Checa no ano de 2020.